Há tempos tenho conseguido uma regularidade semanal de
publicações no blog, entretanto na última semana fiquei devendo, pois
acompanhava Adam no hospital para a realização de uma pequena cirurgia de
redução das amigdalas. Redução das amigdalas ou retirada? - perguntamos ao
médico na primeira vez que ele nos falou da necessidade de tal procedimento, -
redução, disse ele, a tonsilectomia completa só é recomendável em casos muito
específicos.
Procuramos um otorrino pela primeira vez ainda no ano
passado, quando descobrimos que as amigdalas dele eram enormes. Imediatamente
pensamos que seria necessário retirá-las, procedimento que fizeram a mim e ao
pai dele, entretanto qual foi a nossa surpresa ao descobrirmos que apesar de
ter virado moda nos anos 80, a retirada das amigdalas só se justifica quando a
criança ou adulto tem uma amigdalite crônica, ou seja, frequentes infecções nas
amigdalas, que além de obrigá-la a recorrentemente tomar antibióticos,
aumentando a resistência do organismo a eles, pode resultar em outras doenças
graves como febre reumática que se não tratada traz complicações cardíacas.
Mas por que as amigdalas são importantes? As amigdalas são
como uma fábrica de anticorpos que protegem o organismo contra germes que
entram pela boca e nariz. Em função do constante contato com germes, comuns
quando a criança põe a mão na boca e come qualquer coisa, normalmente elas
crescem entre a idade de dois a oito anos o que nem sempre representa um
problema. A partir do momento que o contato com os germes se reduz as amigdalas
também diminuem. Portanto, a retirada das amigdalas sem que elas sejam
realmente necessárias, simplesmente por moda, deixa nosso corpo indefeso contra
infecções.
Adam é um bom exemplo de que uma criança com SD não precisa
necessariamente sofrer de todas as possíveis enfermidades típicas às pessoas
com T21. Apesar de frequentar um kindergarten
desde um ano e dois meses, ele tem o sistema imunológico bastante forte e
raramente contrai uma infecção. Até agora, com quase três anos de idade, foram
exatamente uma amigdalite (logo que entrou na escola) e uma otite media. Desta
forma todos os especialistas que o acompanham foram categóricos ao não recomendar
a retirada completa das amigdalas, mas sim fazer uma redução através de uma
técnica que se utiliza de laser para tal procedimento.
Vale ressaltar que amigdalas demasiado grandes estão no grupo de possíveis causas de distúrbios do sono, portanto sua redução, assim como a retirada das adenoides, faz parte de qualquer procedimento que detecte que a criança possui alguma irregularidade no processo do sono.
Vale ressaltar que amigdalas demasiado grandes estão no grupo de possíveis causas de distúrbios do sono, portanto sua redução, assim como a retirada das adenoides, faz parte de qualquer procedimento que detecte que a criança possui alguma irregularidade no processo do sono.
E na última semana, finalmente, Adam ingressou no hospital
para a tal cirurgia. Em função da SD toda vez que realizamos algum procedimento
no aparelho fonador os médicos aproveitam para verificar as adenoides e também
os ouvidos e todo o processo normalmente não demora mais que meia hora. Para as
crianças que realizam apenas a redução da amigdala com laser, o procedimento
dura em media 15 minutos. Outra vantagem da técnica é que a recuperação é
extremamente rápida e menos dolorida, Adam fez a cirurgia às 8h da manha e às
12h já estava comendo “Käsespätzle”, além
do risco de hemorragia ser bastante menor.
Após a cirurgia fomos informados que foi necessária a
retirada das adenoides que haviam reincidido (ele havia retirado em fevereiro
desse ano) e também foi encontrado líquido nos dois ouvidos, sendo que o
esquerdo apresentava uma aparência bastante cerosa, provavelmente resquícios da
otite que teve no último verão, e portanto foi implantado um tubo para que a
drenagem seja completa.
Nesse aspecto é muito importante que nossos pequenos tenham
um acompanhamento frequente dos ouvidos e das adenoides, pois em função de sua
anatomia particular, é bastante comum que uma otite deixe líquido nos ouvidos e
que as adenoides, mesmo retiradas retornem. Nem sempre a cirurgia é a única alternativa,
existe um medicamento, a base de corticoide, que é usado para reduzir as
adenoides quando seu tamanho não é bastante grande, geralmente ele é
aconselhado em um caso de reincidência.
Além disso, eles aproveitaram para monitorar seu sono na
primeira noite após a cirurgia e ao contrário do que acontecera durante o
primeiro exame, Adam não teve nenhuma apneia durante toda a noite e sua
oxigenação se manteve em 99%.
Não sei se foi o alívio de não ter mais liquido no ouvido, ou se foi um novo step conquistado, mas Adam saiu da cirurgia extremamente falante, e como sempre encantou a toda a equipe do hospital, reclamou com a enfermeira por ter uma agulha espetada na sua mão direita e bateu palmas quando ela a retirou, e conquistador como é repetia seu nome direitinho e lhe dava um halo (essa é sua palavra mais nova) cada vez que ela entrava no quarto.
Não sei se foi o alívio de não ter mais liquido no ouvido, ou se foi um novo step conquistado, mas Adam saiu da cirurgia extremamente falante, e como sempre encantou a toda a equipe do hospital, reclamou com a enfermeira por ter uma agulha espetada na sua mão direita e bateu palmas quando ela a retirou, e conquistador como é repetia seu nome direitinho e lhe dava um halo (essa é sua palavra mais nova) cada vez que ela entrava no quarto.
E agora, com as amigdalas reduzidas o próximo passo será o
uso da placa palatina, mas isso já é conversa para outro post.
Adam
às 7h da manhã, se preparando para a cirurgia, aqui eles já haviam dado o suco anestésico.
Adam às 14h do mesmo dia, já havia almoçado e recebido a visita dos Clowns im Dienst, que lhe deram um nariz de palhaço (que ele adora colocar no grande nariz do papai ;))
* Käsespätzle é um prato típico da cozinha Schwäbisch (povo que
vive nessa parte do sul da Alemanha). Além de um dialeto específico, cada região
também tem sua tradição gastronômica. Trata-se de um macarrão especial com
molho de queijo e ervas. Adam adora.
Passamos pelo mesmo estresse, só que foram 2 cirurgias em nossa filhinha. Adenoidectomia com 2,5 anos e apenas 5 meses depois teve que se submeter à amigdalotomia, devido a tantas apneias que apresentava conforme mostro em videos em meu blog http://amigdalaseadenoides.blogspot.com.br/
ResponderExcluirObrigado por ajudar, pois há diversos pais aflitos neste momento com os mesmos problemas. Um abraço e fique com Deus.