20 de mai. de 2013

E assim caminha a humanidade


Essa semana foi de festa, nosso pequeno Adam deu seus primeiros passos. E incrível como as coisas acontecem, foram meses, para não dizer anos de espera, afinal desde que nasceu começamos a trabalhar a musculatura abdominal e das pernas cuja meta era andar. Foram varias etapas vividas e comemoradas, sabemos exatamente quando ele firmou seu pescoço, virou de bruços sozinho, sentou-se com ajuda, sentou-se sozinho, rastejou, engatinhou, ficou em pé com ajuda, deu passinhos de um lado a outro, ficou em pé sozinho, andou com ajuda e agora encorajou-se a andar sozinho. E o danado como é, mal percebeu que podia estar em pé arriscou uns passinhos de samba. Fica difícil transmitir em palavras o que sentimos quando o vimos andar, sua carinha de desafiador, de conquistador. Ao olhar para seus olhos tive a plena certeza de que ele teve consciência do importante passo que estava dando e pude ver o quão orgulhoso estava de sua conquista. Agora ninguém segura nosso moleque.

Mas por que crianças com SD necessitam mais tempo que as demais para andar? Por causa da hipotonia. Quase 100 % das pessoas que nascem com T21 possuem baixo tono muscular, que pode variar entre os níveis moderado e severo. As articulações mais flexíveis também são um fator que colabora para esse tempo extra que muitos de nossos pequenos necessitam. O baixo tono muscular também é o responsável por alguns problemas digestivos (quando são bebês eles encontram mais dificuldade em mamar no peito, ganhar peso e tem mais predisposição ao refluxo fisiológico) além de um movimento intestinal mais lento. A hipotonia também é a responsável pelos retraso na fala e pela linguinha protusa.

Em todo esse processo o importante, como sempre, é não se conformar com essa condição, mas buscar a estimulação, nesse caso, a estimulação dos músculos, do corpo - com sessões de fisioterapia que iniciam quando eles são ainda bem pequenos e praticamente somos nós pais que fazemos os exercícios nas tarefas do dia-a-dia, na hora da massagem, do banho, na troca de fraldas; e do aparelho fonador - com ajuda e orientação de uma fonoaudióloga que nos pode orientar desde os processos de amamentação, como também atividades que visam a desenvolver a musculatura da boca e da língua numa preparação para a fala. Em relação aos problemas digestivos, salvo alguns casos mais complicados que requerem cirurgias, basicamente o tratamento se consiste em uma alimentação equilibrada que estimule o funcionamento do intestino. Para tudo tem terapia e solução, mas o mais importante para a saúde não só da criança como de cada integrante da família e saber curtir o processo, de viver o caminho passo a passo, valorando cada pequena conquista sem se preocupar com prazos e limites.

Adam superou suas etapas com muito esforço e sempre com muita alegria e isso tem sido o mais importante para nós: vê-lo independente, mas principalmente feliz.